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Nau Palatina

Casa de petiscos, taberna de chás. Confusos? Não por muito tempo… Apresento-vos a Nau Palatina, um espaço onde depressa sentimos como nosso, em todos os sentidos.
Localizada em Sintra, mais precisamente na calçada de S. Pedro, encontramos a casa do Zé e da Yolanda, que nos recebem com a maior descontração e entusiasmo, convidando-nos a entrar naquele que é um dos grandes projetos das suas vidas, onde nos dão aquilo que de melhor fazem com o que de melhor têm e com toda a dedicação.

A Nau Palatina começou por ser uma casa de chás, por serem grandes apreciadores mas depressa se tornou num espaço onde podemos desfrutar de bons petiscos portugueses tarde fora, acompanhando com um bom vinho português, ouvir boa música e terminar com uma excelente infusão. Pelo meio? Conseguimos disfrutar da dinâmica incrível que existe entre os que lá trabalham, onde conseguimos perceber que há mesmo “alegria no trabalho”, destacando o Gonçalo, um miúdo cheio de genica e bem-disposto, que ajuda no serviço às mesas. Quando lá forem, não hesitem em perguntar a história por detrás dos pratos servidos, vão ouvir uma boa história! Façam questão de ir com tempo, para aproveitar cada segundo da vossa estadia pela Nau que, prometo, vai fazer com que queiram voltar!

Para nosso deleite, tivemos oportunidade de experimentar quase tudo o que daquela cozinha sai e digamos que é impossível escolher um petisco preferido, sendo que um dos destaques é a cecina, que é um presunto de vaca e vem de León (Espanha), e apresenta-se na casa como um dos únicos produtos que não é de origem nacional. Aconselho vivamente a provar, pois não se assemelha ao presunto a que estamos habituados, sendo uma novidade à qual as minhas papilas gustativas bateram palmas e fizeram piruetas! Outro destaque vai para a muxama, divinal, servida com amêndoas torradas, e para os secretos de porco preto, acompanhados por molho de maçã, pêra e pimentos em vinagre! Ficou em falta um petisco que é muito requisitado por ali, os ovos de chá, que precisamente pela grande procura, já não conseguimos apanhar! Entre tantos outros petiscos, que nos foram servindo, degustámos um bom vinho rosé aromatizado com amoras e finalizámos com uma amostra de todas as sobremesas da casa, desde o bolo mouro de sêmola e avelã com calda de laranja, passando pelo requeijão assado à alentejana (que foi o meu: “valha-me deus que é tão bom, tragam mais”!), e ainda a fantástica trufa de chocolate, chá e laranja. Ah! Esperem… Quando pensámos que o festim tinha acabado, chega mais uma sobremesa, um doce de abóbora com pedaços de gengibre cristalizado a banhar um requeijão de ovelha que me deixou sem palavras.

Depois desta mega aventura gastronómica, que nos levou a viajar pelo país, apreciando o Douro com o vinho, passeando pelo Alentejo, com o azeite e queijo, pelo Algarve com a muxama, fazendo um pezinho em León com a cecina, decidimos aquecer-nos por Inglaterra, com o chá, vindo da casa Iford Manor, com origens Chinesa, japonesa e indiana. De referir que servem o chá, não em chávenas e bule mas sim em copos de vidro duplo. E foi assim que bebemos uma magnífica infusão de chá preto, servido com duas bolachas Maria, que com toda a sua simplicidade nos fazem voltar à infância.

Depois disto, não restam dúvidas de que temos um tesouro em S. Pedro de Sintra, onde sabemos que podemos contar com boa comida, boa disposição e saímos a sentir-nos especiais pela maneira despretensiosa e generosa com que nos serviram, mais uma vez, dando-nos aquilo que de melhor têm.

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