Comer Fora, Grande Lisboa, Lisboa, Restaurantes
Leave a comment

Bistrô Edelweiss

Na Rua de São Marçal, perto da Praça das Flores, numa bem posicionada esquina, duas rasgadas montras não deixam passar o Bistrô Edelweiss despercebido.

A cuidada apresentação em todos os elementos decorativos num imaginário retro onde as madeiras, as cores, os padrões dos vários tecidos, os pratos, os copos, todos os pormenores imagináveis e numeráveis recriam um cenário de um “Après-ski dos anos 70”.

Marc e o Chef Ädu, responsáveis pelo Bistrô chegaram a Portugal há uns anos, foram proprietários de um Bar no Bairro Alto chamado Heidi e partir daí foi crescendo a vontade de construir um espaço e um conceito onde de forma íntima e relaxada pudessem receber os seus clientes.

Edelweiss é uma flor que cresce nos Alpes, transversal aos países vizinhos, parcialmente representados pelos produtos disponíveis; as cervejas Alemãs,  alguns vinhos Franceses, as massas frescas, numa admirável fusão que nos faz recordar a situação geográfica do território suíço.

BistroEdelweiss1

A ementa é muito completa e variada, excelente oportunidade para provar e confirmar a qualidade dos tradicionais produtos da região, um delicioso repasto em literal representação da típica gastronomia. Para facilitar o processo, Marc mostra-nos num tablet as fotografias dos pratos onde nos é explicando e confidenciado a confecção dos mesmos.

couvert é composto por uma maionese caseira, suave mistura com tomilho fresco que se faz acompanhar por gressinos, focaccia e cenoura crua cortada em palitos. A escolha da cerveja alemã, Göller Rauchbier com suave paladar fumado abria-nos o apetite para as entradas. Uma tábua de queijos suiços extra afinados (GruyèreEmmmentalVacherin Fribourgeois, Tête de Moine), cornichons e pequenas cebolinhas picladas, nos concebiam espaço para contemplar esta viagem imaginária.

Marc é um excelente anfritião, à conversa ficámos a saber o seu percurso, as suas viagens e o seu “drop out” em arquitectura, espelhados nas funcionais alterações e particularidades do espaço. À porta o som dos dois pequenos sinos anunciam a chegada de mais clientes que Marc gentilmente acompanha à sala no piso inferior, onde está situada a cozinha que se espreita sem grandes formalismos. Chef Ädu circula discreto e observa os clientes satisfeitos com os aromáticos petiscos de sua autoria. Chegavam agora à nossa mesa em duas escolhas bem compostas e coloridas, o tenro Fillet Mignon com molho à base de Calvados, maçã e noz, feijão-verde e os típicos pizokels (feitos a partir de purê de batata com parmesão). O salmão com molho de laranja e tâmaras num agridoce guarnecido pelas famosas massas caseiras, as spätzli, feitas com agrião em tom verde numa criativa adaptação. Ficaram por provar, o fondue de queijos suiços com aguardente de cerejas da floresta negra, as típicas salsichas alemãs com molho de cebola e em opção vegetariana o Vol au Vent com cogumelos silvestres, estas e outras ofertas, agendadas para uma próxima “viagem”.

Terminámos de forma gulosa e caseira. Bolo de cenoura feito com farinha de amêndoa e um doce suave e digestivo com travo a limão de consistência cremosa de nome süssmostcreme, uma antiga receita de família.

Num final feliz, onde os pormenores e as surpresas são parceiras, o café faz-se acompanhar por uma fina bolacha de manteiga enquanto nos damos conta que os pacotes de açúcar ilustram as várias cidades suíças. A conta é feita à mão em papel de mercearia antiga acompanhada pelo último mimo da noite, um verdadeiro chocolate suíço.

Numa noite chuvosa e fria em contraste acolhedor de calorosa recepção, o Bistrô Edelweiss transformou a nossa visita numa agradável aquisição de experiências suíças satisfatoriamente vividas em plena cidade de Lisboa.

Facebook

BistroEdelweiss2

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *